Visa encerra unidade de open banking nos EUA enquanto disputa por dados se intensifica, diz fonte – Reuters

Visa Encerra Unidade de Open Banking nos EUA em Meio a Disputa por Dados, Diz Fonte da Reuters

Introdução

O setor financeiro global está passando por uma transformação digital acelerada, e o open banking tem sido um dos principais impulsionadores dessa mudança. No entanto, recentemente, a Visa — uma das maiores empresas de pagamentos do mundo — decidiu encerrar sua unidade de open banking nos Estados Unidos, segundo informações obtidas pela Reuters de uma fonte próxima ao assunto.

Essa decisão ocorre em um momento em que a disputa por dados financeiros se intensifica, com grandes players do mercado, reguladores e fintechs brigando pelo controle e acesso a informações de clientes. Neste artigo, exploraremos os motivos por trás dessa decisão, o contexto do open banking nos EUA e no mundo, e quais podem ser as consequências para o mercado financeiro.


O Que é Open Banking?

Antes de mergulharmos na notícia, é importante entender o que é open banking.

O open banking é um sistema que permite que instituições financeiras compartilhem dados de clientes com terceiros (como fintechs, aplicativos de gestão financeira e outras empresas), desde que haja consentimento do usuário. Esse modelo é baseado em APIs (Interfaces de Programação de Aplicativos), que facilitam a troca segura de informações.

Benefícios do Open Banking

Mais concorrência – Pequenas empresas e startups podem oferecer serviços financeiros inovadores.
Melhor experiência para o cliente – Os usuários têm mais controle sobre seus dados e podem acessar serviços personalizados.
Inovação financeira – Novos produtos, como agregadores de contas, empréstimos instantâneos e ferramentas de gestão financeira, surgem com mais facilidade.

Desafios do Open Banking

Segurança e privacidade – O compartilhamento de dados aumenta os riscos de vazamentos e fraudes.
Regulação complexa – Diferentes países têm abordagens distintas, o que pode gerar conflitos.
Resistência dos bancos tradicionais – Algumas instituições relutam em abrir seus dados por medo de perder mercado.


Por Que a Visa Encerrou Sua Unidade de Open Banking nos EUA?

Segundo a Reuters, a Visa decidiu fechar sua unidade de open banking nos Estados Unidos, uma movimentação que surpreendeu muitos analistas. Mas quais são os motivos por trás dessa decisão?

1. Disputa por Dados e Pressão Regulatória

Os EUA ainda não têm uma lei federal de open banking, ao contrário de países como o Reino Unido (que implementou o Open Banking Standard em 2018) e a União Europeia (com a PSD2). No entanto, a Consumer Financial Protection Bureau (CFPB) tem pressionado por uma regulamentação mais rígida sobre o compartilhamento de dados financeiros.

A Visa pode estar reavaliando sua estratégia diante da incerteza regulatória e da crescente competição com outras empresas de pagamentos, como Mastercard, Plaid e fintechs.

2. Competição com Plaid e Outras Fintechs

A Plaid, uma das maiores plataformas de open banking do mundo, foi adquirida pela Visa em 2020 por US$ 5,3 bilhões, mas o acordo foi bloqueado pelo Departamento de Justiça dos EUA por questões antitruste. Desde então, a Plaid seguiu como uma empresa independente e tem dominado o mercado de open banking nos EUA.

Com a Plaid e outras fintechs (como MX, Finicity e Tink) ganhando espaço, a Visa pode ter decidido que não valia mais a pena investir em uma unidade própria de open banking, optando por parcerias ou outras estratégias.

3. Mudança de Foco para Outros Mercados

A Visa tem investido fortemente em open banking na Europa e na América Latina, onde a regulamentação é mais clara. No Brasil, por exemplo, o Open Banking já está em fase avançada, com o Banco Central regulamentando o sistema desde 2021.

É possível que a empresa esteja redirecionando recursos para mercados onde o open banking já é uma realidade consolidada, em vez de lutar contra a incerteza nos EUA.


O Contexto do Open Banking nos EUA

Diferentemente da Europa e do Brasil, os Estados Unidos ainda não têm uma regulamentação federal para open banking. No entanto, algumas iniciativas estão em andamento:

1. A Proposta da CFPB (Consumer Financial Protection Bureau)

Em outubro de 2023, a CFPB propôs uma nova regra (chamada Personal Financial Data Rights) que obrigaria bancos e fintechs a compartilhar dados de clientes de forma segura e padronizada.

Essa regra seria semelhante à PSD2 europeia, mas ainda está em discussão e deve enfrentar resistência de bancos tradicionais.

2. O Papel das Big Techs (Apple, Google, Amazon)

Grandes empresas de tecnologia, como Apple (com o Apple Pay) e Google (com o Google Pay), já estão entrando no mercado de pagamentos e open banking. A Amazon também tem testado serviços financeiros, o que aumenta a competição.

3. O Caso Plaid vs. Bancos Tradicionais

A Plaid tem sido uma das principais beneficiárias do open banking nos EUA, conectando milhares de aplicativos a contas bancárias. No entanto, alguns bancos (como JPMorgan Chase e Wells Fargo) têm restringido o acesso à Plaid, alegando preocupações com segurança.

Isso tem gerado batalhas legais e aumentado a pressão por uma regulamentação clara.


Quais São as Consequências do Fechamento da Unidade de Open Banking da Visa?

A decisão da Visa pode ter vários impactos no mercado financeiro:

1. Menos Concorrência no Open Banking nos EUA

Com a Visa saindo do jogo, Plaid, MX e outras fintechs podem dominar ainda mais o mercado, reduzindo a competição.

2. Aceleração da Regulamentação

A saída da Visa pode pressurar a CFPB e o governo americano a acelerar a criação de uma lei federal de open banking, para evitar que o mercado fique muito concentrado.

3. Impacto nas Fintechs e Startups

Empresas que dependiam da infraestrutura da Visa para open banking podem precisar migrar para outras plataformas, como Plaid ou MX, o que pode gerar custos adicionais.

4. Oportunidade para Outros Players

Com a Visa se afastando, Mastercard, American Express e outras empresas de pagamentos podem tentar ocupar esse espaço.


Open Banking no Brasil vs. EUA: Uma Comparação

Enquanto os EUA ainda discutem como regulamentar o open banking, o Brasil já está em uma fase avançada, graças ao Banco Central.

Aspecto Brasil EUA
Regulamentação Sim (desde 2021) Em discussão (CFPB)
Adesão dos bancos Obrigatória para grandes instituições Voluntária (por enquanto)
APIs padronizadas Sim Não (cada empresa tem sua própria API)
Participação das fintechs Alta Alta, mas com restrições
Segurança Regulamentada pelo BC Depende de cada empresa

Por Que o Brasil Está À Frente?

  • Banco Central proativo – O BC brasileiro tem sido um dos mais avançados na regulamentação de open banking.
  • Sistema financeiro concentrado – Com poucos bancos dominando o mercado, foi mais fácil implementar padrões.
  • Demanda por inovação – O Brasil tem um ecossistema de fintechs muito forte (Nubank, PicPay, Mercado Pago, etc.).

O Futuro do Open Banking: Para Onde Vamos?

Apesar dos desafios, o open banking é uma tendência irreversível. Alguns cenários possíveis:

1. Regulamentação Global

Países vão adotar modelos semelhantes ao PSD2 (Europa) ou ao Brasil, com APIs padronizadas e proteção de dados.

2. Domínio das Big Techs

Empresas como Apple, Google e Amazon podem se tornar os principais players, oferecendo serviços financeiros integrados.

3. Novos Modelos de Negócio

  • Banking-as-a-Service (BaaS) – Bancos vão oferecer infraestrutura para fintechs.
  • Super Apps Financeiros – Aplicativos que unem contas, investimentos, empréstimos e pagamentos.
  • Open Finance – Expansão para seguros, previdência e outros serviços financeiros.

4. Desafios de Segurança

Com mais dados sendo compartilhados, fraudes e vazamentos podem aumentar, exigindo investimentos em criptografia e autenticação.


Conclusão

A decisão da Visa de encerrar sua unidade de open banking nos EUA reflete os desafios regulatórios e a intensa competição nesse mercado. Enquanto países como Brasil e Reino Unido já têm sistemas bem estruturados, os EUA ainda buscam um modelo que equilibre inovação, segurança e concorrência.

Para as fintechs e startups, esse é um momento de oportunidade e risco: quem conseguir se adaptar às novas regras e oferecer soluções seguras e inovadoras terá vantagem. Para os consumidores, o open banking pode trazer mais controle sobre os dados e serviços financeiros mais personalizados, mas também exige atenção à privacidade e segurança.

O futuro do open banking ainda está sendo escrito, e a Visa pode não estar saindo do jogo para sempre, mas sim reposicionando suas peças no tabuleiro.


📌 Quer Saber Mais?


💬 O que você acha dessa decisão da Visa? O open banking vai revolucionar os serviços financeiros ou ainda enfrenta muitos obstáculos? Deixe seu comentário!


(Imagens sugeridas para o artigo:)

  1. Logos da Visa e Plaid (para ilustrar a competição).
  2. Gráfico comparando open banking no Brasil x EUA.
  3. Ilustração de APIs e compartilhamento de dados.
  4. Foto de um aplicativo de open banking (ex: Nubank, Revolut).
  5. Imagem de um banco tradicional vs. fintech.

(Nota: Para usar imagens, certifique-se de ter os direitos ou utilize bancos de imagens livres como Unsplash, Pexels ou Shutterstock.)

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