Reforma tributária: ‘Split payment’ avança, mas setor financeiro negocia custo para operar sistema – Estadão

Reforma Tributária: ‘Split Payment’ Avança, mas Setor Financeiro Negocia Custos para Operar o Sistema

Por [Seu Nome] | Publicado em [Data]

A Reforma Tributária no Brasil segue em discussão, e um dos pontos mais polêmicos é o split payment (pagamento fracionado), mecanismo que visa combater a sonegação fiscal e simplificar a arrecadação de impostos. Embora o modelo tenha avançado nas negociações, o setor financeiro está em alerta, buscando reduzir os custos operacionais para implementar o sistema.

Neste artigo, vamos explicar:
✅ O que é o split payment e como ele funciona
✅ Os desafios para bancos e instituições financeiras
✅ As negociações em curso para reduzir custos
✅ O impacto para empresas e consumidores
✅ O que esperar da implementação


1. O Que é o Split Payment?

O split payment é um mecanismo que divide automaticamente o pagamento de uma transação entre o fornecedor e o governo, garantindo que os impostos sejam recolhidos no momento da venda. Em vez de a empresa receber o valor total e depois pagar os tributos, o sistema retém a parte devida ao Fisco e repassa apenas o valor líquido ao vendedor.

Como Funciona na Prática?

Imagine uma compra de R$ 1.000 em um e-commerce, com ICMS (18%) e PIS/Cofins (9,25%). No modelo tradicional:

  • O cliente paga R$ 1.000 ao lojista.
  • O lojista recebe o valor e, depois, recolhe R$ 272,50 em impostos.

Com o split payment:

  • O cliente paga R$ 1.000, mas o sistema retém R$ 272,50 automaticamente.
  • O lojista recebe apenas R$ 727,50.
  • O governo recebe os R$ 272,50 diretamente.

Exemplo de Split Payment
Fonte: Elaboração própria

Objetivos do Split Payment

Reduzir a sonegação fiscal (hoje, estima-se que o Brasil perde R$ 500 bilhões por ano em impostos não pagos).
Simplificar a arrecadação (menos burocracia para empresas).
Aumentar a transparência nas transações comerciais.


2. Por Que o Setor Financeiro Está Preocupado?

Apesar dos benefícios, bancos, fintechs e adquirentes de pagamento (como Cielo, Rede e Stone) estão negociando para reduzir os custos de implementação do sistema. As principais preocupações são:

🔹 Custos Operacionais Elevados

  • Adaptação de sistemas: Os bancos precisarão modificar suas plataformas para fazer a retenção automática dos impostos.
  • Integração com o Fisco: Será necessário conectar-se à Receita Federal e às Secretarias Estaduais para repassar os valores corretamente.
  • Segurança e compliance: Novos protocolos de fraude e lavagem de dinheiro terão que ser implementados.

🔹 Risco de Atrasos e Erros

  • Se o sistema falhar na retenção, o banco pode ser responsabilizado pelo pagamento dos impostos.
  • Multas e penalidades podem ser aplicadas em caso de erros.

🔹 Impacto nas Taxas de Serviço

  • Os bancos podem aumentar as tarifas para compensar os custos.
  • Fintechs menores podem ter dificuldade em arcar com os investimentos necessários.

Custos do Split Payment para Bancos
Fonte: Associação Brasileira de Bancos (ABBC)


3. Negociações em Andamento: O Que Está Sendo Discutido?

O setor financeiro está em diálogo com o governo e o Congresso para buscar alternativas que reduzam o impacto financeiro da implementação. As principais propostas são:

📌 Prazo Maior para Implementação

  • Hoje: O governo quer implementar o split payment em 2025.
  • Proposta dos bancos: Prorrogar para 2026 ou 2027, dando mais tempo para adaptação.

📌 Compartilhamento de Custos com o Governo

  • Ideia: O governo arcar com parte dos custos de desenvolvimento dos sistemas.
  • Contraponto: A Receita Federal argumenta que os bancos já lucram com as transações e devem assumir os investimentos.

📌 Modelo de Remuneração

  • Proposta: Os bancos querem receber uma taxa por transação processada com split payment.
  • Risco: Isso poderia encarecer as operações para empresas e consumidores.

📌 Flexibilização das Regras

  • Possibilidade: Permitir que alguns setores (como pequenas empresas) tenham prazos diferenciados para adaptação.

4. Impacto para Empresas e Consumidores

🔹 Para as Empresas

Vantagens:

  • Menos burocracia (não precisam calcular e pagar impostos separadamente).
  • Redução de multas por atraso ou erro no recolhimento.

Desafios:

  • Custos adicionais se os bancos repassarem as taxas.
  • Dificuldade para pequenas empresas que não têm sistemas integrados.

🔹 Para os Consumidores

Vantagens:

  • Mais transparência (saber exatamente quanto está pagando de imposto).
  • Preços mais justos (menos sonegação pode reduzir a carga tributária geral).

Riscos:

  • Aumento de preços se as empresas repassarem os custos operacionais.
  • Dificuldades em compras parceladas (como o split payment funcionará nesses casos?).

5. O Que Esperar da Implementação?

O split payment é uma peça-chave da Reforma Tributária, mas sua implementação não será simples. As principais expectativas são:

📅 Cronograma Provável

Etapa Prazo Estimado
Aprovação final da Reforma 2024
Regulamentação do split payment 2025
Testes piloto com grandes empresas 2025
Implementação gradual 2026-2027

🔮 Possíveis Cenários

  1. Implementação sem grandes mudanças: O governo mantém o modelo atual, e os bancos assumem os custos.
  2. Flexibilização das regras: O governo aceita prorrogar prazos e compartilhar custos.
  3. Resistência do setor financeiro: Bancos podem judicializar a questão, atrasando a implementação.

💡 O Que Fazer Agora?

  • Empresas: Começar a estudar o impacto do split payment em seus sistemas de pagamento.
  • Bancos e fintechs: Negociar com o governo para reduzir custos e garantir prazos realistas.
  • Consumidores: Acompanhar as mudanças para evitar surpresas em compras futuras.

6. Conclusão: Um Passo Importante, mas com Desafios

O split payment é uma inovação necessária para modernizar a arrecadação de impostos no Brasil, mas sua implementação depende de um acordo entre governo e setor financeiro. Enquanto os bancos buscam reduzir custos, o governo quer agilidade na adoção.

Para as empresas e consumidores, o modelo pode trazer mais transparência e menos sonegação, mas é preciso ficar atento aos impactos nos preços e na operação.

E você, o que acha do split payment? Acredita que será benéfico para o Brasil? Deixe sua opinião nos comentários!


📌 Fontes e Referências


Gostou do artigo? Compartilhe nas redes sociais e ajude a disseminar informações sobre a Reforma Tributária! 🚀


Imagens utilizadas são meramente ilustrativas. Para versões reais, consulte fontes oficiais.

Leave a Reply