Da Camboja aos EUA: Como o golpe do “abate de porcos” movimentou US$ 15 bilhões em bitcoin – Money Times

Da Camboja aos EUA: Como o Golpe do “Abate de Porcos” Movimentou US$ 15 Bilhões em Bitcoin

Por [Seu Nome] – Money Times


Introdução: Um Esquema que Enganou Milhares e Abalou o Mercado de Cripto

Em 2022, um dos maiores esquemas de pirâmide financeira da história envolvendo bitcoin (BTC) veio à tona: o “abate de porcos” (pig butchering, em inglês). Originado na Camboja, esse golpe sofisticado se espalhou pelos Estados Unidos, Canadá, Europa e Ásia, resultando em prejuízos estimados em US$ 15 bilhões em criptomoedas.

Mas como um esquema aparentemente simples conseguiu enganar tantas pessoas? Quem estão por trás dessa operação? E como as autoridades estão tentando desmantelá-lo?

Neste artigo, vamos explorar:
O que é o golpe do “abate de porcos”?
Como ele se espalhou da Camboja para o mundo?
Os bastidores das fazendas de golpistas na Ásia
O papel das criptomoedas e exchanges no esquema
As investigações e tentativas de recuperação dos fundos
Como se proteger desse tipo de fraude


1. O Que É o Golpe do “Abate de Porcos”?

O termo “abate de porcos” (pig butchering) vem de uma analogia cruel: os golpistas “engordam” suas vítimas (os “porcos”) com promessas de lucros fáceis antes de “abatê-las” financeiramente.

Como Funciona o Esquema?

  1. Contato Inicial (Isca)

    • As vítimas são abordadas via WhatsApp, Telegram, redes sociais ou até ligações por pessoas que se passam por investidores bem-sucedidos ou até mesmo interessados românticos (romance scam).
    • Muitas vezes, o golpista usa perfis falsos com fotos de modelos ou executivos.
  2. Construção de Confiança (Engorda)

    • O golpista passa semanas ou meses conversando com a vítima, criando uma relação de confiança.
    • Em alguns casos, eles até enviam pequenos lucros iniciais para provar que o “investimento” é real.
  3. Convite para Investir em Cripto

    • A vítima é direcionada para plataformas falsas de trading que imitam corretoras legítimas (como Binance ou Coinbase).
    • Elas são incentivadas a depositar bitcoin, ether (ETH) ou stablecoins (USDT) com promessas de retornos exorbitantes (50%, 100% ou mais).
  4. Bloqueio e Desaparecimento (Abate)

    • Quando a vítima tenta sacar os “lucros”, a plataforma congela a conta ou pede mais depósitos para “desbloquear” os fundos.
    • Em seguida, os golpistas desaparecem, levando todo o dinheiro.

Por Que o Nome “Abate de Porcos”?

A metáfora é clara:

  • “Engordar o porco”: Fazer a vítima investir cada vez mais.
  • “Abater”: Roubar todo o dinheiro de uma vez.

2. Da Camboja para o Mundo: A Origem do Esquema

As “Fazendas de Golpistas” na Ásia

A maioria desses esquemas tem origem em compounds (fazendas de golpes) localizados em:

  • Camboja (especialmente em Phnom Penh e Sihanoukville)
  • Mianmar (região controlada por milícias)
  • Laos
  • Filipinas

Esses locais são escolhidos porque:
Leis fracas contra crimes cibernéticos.
Corrupção que permite operação impune.
Mão de obra barata (muitos golpistas são jovens traficados ou enganados com promessas de emprego).

Como Funcionam Essas “Fazendas”?

  • Estrutura militarizada: Os golpistas trabalham em turnos de 12 horas, com metas diárias de quantas vítimas devem “conquistar”.
  • Script padronizado: Eles seguem roteiros prontos para enganar as vítimas, com respostas para objeções.
  • Uso de VPNs e números falsos: Para esconder a localização real.
  • Lavagem de dinheiro: As criptomoedas roubadas são movidas para exchanges asiáticas antes de serem convertidas em dinheiro físico.

O Caso de Sihanoukville: A Capital do Golpe

A cidade cambodjana de Sihanoukville se tornou um hub global de fraudes financeiras. Relatos indicam que:

  • Milhares de jovens chineses foram traficados para trabalhar nessas operações.
  • Gangues criminosas (como a 14K Triad) estão por trás do financiamento.
  • Autoridades locais muitas vezes fecham os olhos em troca de propina.

“Eles nos trancavam em quartos e nos obrigavam a ligar para pessoas o dia todo. Se não cumpríssemos a meta, éramos espancados.”
Depoimento de um ex-golpista resgatado na Camboja


3. O Papel das Criptomoedas no Esquema

O bitcoin e outras criptomoedas são essenciais para esse golpe porque:
Transações irreversíveis: Uma vez enviado, não há como recuperar.
Anonimato: Dificulta o rastreamento dos criminosos.
Falta de regulação: Muitas exchanges não exigem KYC (Know Your Customer) rigoroso.

Como o Dinheiro É Lavado?

  1. A vítima envia BTC para uma carteira controlada pelos golpistas.
  2. Os fundos são movidos para exchanges asiáticas (como Huobi, OKX ou Bybit).
  3. O dinheiro é convertido em stablecoins (USDT) ou moedas fiat.
  4. Parte é sacada em cash, parte é reinvestida em novos golpes.

Exchanges sob Suspeita

Algumas plataformas foram acusadas de facilitar a lavagem de dinheiro, como:

  • Binance (apesar de negar, relatórios indicam que parte dos fundos passou por lá).
  • OKX e Huobi (populares na Ásia por terem menos restrições).
  • Exchanges descentralizadas (DEXs) como Uniswap, que não exigem identificação.

“Estimamos que pelo menos US$ 75 bilhões em cripto foram roubados em esquemas de fraude desde 2020, e uma grande parte vem dessses golpes.”
Chainalysis (empresa de análise blockchain)


4. As Investigações e Tentativas de Recuperação

FBI e Interpol no Rastro dos Golpistas

  • O FBI abriu uma força-tarefa chamada “Pig Butchering Task Force” para combater o esquema.
  • Mais de 2.000 vítimas nos EUA já registraram queixas, com prejuízos médios de US$ 100 mil por pessoa.
  • Extradições: Alguns suspeitos foram presos na Tailândia e Malásia, mas a maioria ainda opera impunemente.

Recuperação de Fundos: Um Desafio Quase Impossível

  • Blockchain é transparente, mas não reversível: Mesmo identificando as carteiras, não há como recuperar o BTC sem a chave privada.
  • Algumas vítimas conseguiram rastrear os fundos, mas exchanges se recusam a congelar sem ordem judicial.
  • Casos de sucesso: Em 2023, o DOJ (Departamento de Justiça dos EUA) recuperou US$ 112 milhões em cripto de um esquema similar.

O Caso da “Fazenda de Golpistas” Desmantelada na Tailândia

Em janeiro de 2024, a polícia tailandesa invadiu um compound com 300 golpistas, a maioria chineses e vietnamitas. Eles operavam um esquema que já havia roubado US$ 300 milhões.

“Eles tinham listas de milhares de vítimas, com detalhes de quanto cada uma havia perdido. Alguns casos chegavam a US$ 1 milhão por pessoa.”
Polícia tailandesa


5. Como Se Proteger desse Tipo de Golpe?

Sinais de Alerta 🚨

Alguém que você não conhece te oferece “dicas de investimento” nas redes sociais.
Plataformas que prometem retornos garantidos e altos (50%+ ao mês).
Pressão para depositar mais dinheiro (“você vai perder a oportunidade!”).
Site ou app com erros de português/inglês e sem regulamentação clara.
Pedidos para enviar cripto para carteiras pessoais (não de exchanges conhecidas).

O Que Fazer Se Você Foi Vítima?

  1. Pare de enviar dinheiro imediatamente.
  2. Denuncie à polícia local e a órgãos como:
  3. Tente rastrear as transações usando ferramentas como:
    • Chainalysis Reactor
    • Blockchain.com Explorer
  4. Entre em contato com uma empresa especializada em recuperação de cripto (mas cuidado com golpes de recuperação!).

Dicas para Investir com Segurança

Use apenas exchanges regulamentadas (Binance, Coinbase, Mercado Bitcoin).
Nunca envie cripto para carteiras de estranhos.
Desconfie de promessas de lucros fáceis.
Faça uma pesquisa reversa de imagens do perfil da pessoa que te abordou (muitos usam fotos roubadas).
Use autenticação em dois fatores (2FA) em todas as suas contas.


6. Conclusão: Um Esquema que Ainda Está em Atividade

O golpe do “abate de porcos” é uma das maiores ameaças atuais no mundo das criptomoedas. Com US$ 15 bilhões roubados e milhares de vítimas, ele mostra como a falta de regulação e a ganância humana podem ser exploradas por criminosos.

Embora as autoridades estejam agindo, a maioria dos golpistas ainda opera livremente, especialmente na Ásia. A melhor defesa é educação financeira e desconfiança de ofertas milagrosas.

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📌 Fontes e Referências


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(Imagens sugeridas para o artigo:)

  1. Gráfico de fluxo de dinheiro do golpe (como o BTC é movido).
  2. Foto de um compound de golpistas na Camboja (exemplo: BBC).
  3. Print de uma conversa de golpe no WhatsApp (exemplo fictício).
  4. Logos de exchanges mencionadas (Binance, OKX, Huobi).
  5. Infográfico com sinais de alerta (checklist para evitar golpes).

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