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Como a disputa entre a Mastercard e o Banco Central pode transformar o mercado de pagamentos no Brasil
O setor de fintechs e meios de pagamento no Brasil vive um momento de tensão após a Mastercard mover uma ação judicial contra o Banco Central (BC) por causa da Resolução BCB nº 120/2022, que trata da divisão de riscos entre emissores e bandeiras de cartões. O caso reacendeu um debate crucial: quem deve arcar com os prejuízos em casos de fraudes, inadimplência ou falências de instituições financeiras?
Neste artigo, exploramos:
✅ O que diz a Resolução BCB nº 120/2022?
✅ Por que a Mastercard está contestando a norma?
✅ Quais os impactos para fintechs, bancos e consumidores?
✅ Como outros países lidam com a divisão de riscos?
✅ Qual o futuro do setor de cartões no Brasil?
Em dezembro de 2022, o Banco Central publicou a Resolução nº 120, que estabelece novas regras para a emissão de cartões de crédito e pré-pagos no Brasil. Um dos pontos mais polêmicos é a obrigação das bandeiras (Mastercard, Visa, Elo etc.) de compartilhar riscos com os emissores (bancos, fintechs e instituições de pagamento).
🔹 Responsabilidade solidária: Bandeiras e emissores devem dividir os prejuízos em casos de fraudes, chargebacks (estornos) e inadimplência.
🔹 Fundo de garantia: As bandeiras devem constituir um fundo de reserva para cobrir possíveis perdas.
🔹 Transparência: Maior clareza nas taxas cobradas pelas bandeiras aos comerciantes (MDR – Merchant Discount Rate).
🔹 Regulação de cartões pré-pagos: Normas mais rígidas para evitar lavagem de dinheiro e fraudes.
O Banco Central justifica a medida como uma forma de:
✔ Proteger os consumidores (evitando que fiquem sem acesso a recursos em casos de falência de emissores).
✔ Reduzir a concentração de risco no sistema financeiro.
✔ Aumentar a concorrência, evitando que bandeiras dominantes imponham condições abusivas.
Em abril de 2024, a Mastercard ajuizou uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) questionando a constitucionalidade da resolução. A empresa argumenta que:
🚨 “Violação do princípio da livre iniciativa” – A Mastercard alega que o BC está interferindo demais no mercado, impondo regras que podem desincentivar a inovação.
🚨 “Risco desproporcional” – A bandeira afirma que já possui mecanismos próprios de gestão de risco e que a divisão obrigatória de perdas pode aumentar custos para os consumidores.
🚨 “Falta de diálogo setorial” – A empresa critica a falta de consulta pública mais ampla antes da aprovação da norma.
O BC defende que a resolução é necessária para estabilizar o sistema, especialmente após casos como:
A disputa entre Mastercard e BC pode ter efeitos cascata em todo o ecossistema de pagamentos.
✅ Menor risco operacional – Com a divisão de responsabilidades, fintechs menores terão mais segurança para emitir cartões.
❌ Possível aumento de custos – Se as bandeiras repassarem os custos do fundo de garantia, as taxas para emissores podem subir.
✅ Mais estabilidade – Grandes bancos, que já têm estruturas robustas de risco, podem se beneficiar da regulação.
❌ Concorrência acirrada – Fintechs com custos reduzidos podem ganhar mais espaço.
✅ Mais proteção – Em casos de fraude ou falência de uma fintech, o cliente terá mais chances de recuperar seu dinheiro.
❌ Possível aumento de taxas – Se as bandeiras repassarem custos, juros e anuidades podem subir.
✅ Redução de chargebacks fraudulentos – Com mais controle, pode haver menos estornos injustificados.
❌ MDR pode aumentar – Se as bandeiras repassarem custos, as taxas para comerciantes podem subir.
O Brasil não é o único país a discutir a responsabilidade das bandeiras. Veja como outros mercados regulam o setor:
País | Divisão de Risco | Regulador | Impacto |
---|---|---|---|
EUA | Bandeiras têm responsabilidade limitada; emissores arcam com a maior parte do risco. | Federal Reserve | Mercado mais livre, mas com altos custos para fraudes. |
União Europeia | Diretiva PSD2 obriga compartilhamento de dados e responsabilidade conjunta em fraudes. | Banco Central Europeu | Maior segurança, mas burocracia para fintechs. |
Reino Unido | Bandeiras devem reembolsar consumidores em casos de fraude não autorizada. | FCA (Financial Conduct Authority) | Alto nível de proteção ao consumidor. |
Índia | Bandeiras e bancos dividem riscos, com regras rígidas contra fraudes. | RBI (Reserve Bank of India) | Mercado em crescimento, mas com altos custos operacionais. |
🔹 Tendência global: Países estão aumentando a regulação sobre bandeiras para proteger consumidores e reduzir fraudes, mas sem engessar a inovação.
O desfecho desse caso pode definir o rumo do mercado de pagamentos nos próximos anos. Alguns cenários possíveis:
✅ Mais segurança para fintechs e consumidores.
✅ Possível entrada de novas bandeiras (como a chinesa UnionPay ou a brasileira Elo).
❌ Aumento de custos para emissores e comerciantes.
✅ Manutenção do modelo atual, com bandeiras tendo menos responsabilidade.
❌ Risco de instabilidade em casos de falências de fintechs.
❌ Consumidores podem ficar desprotegidos.
✅ BC flexibiliza algumas regras, mas mantém a divisão de riscos em casos extremos.
✅ Bandeiras aceitam criar fundos de garantia, mas com limites.
O caso da Mastercard vs. Banco Central é um marco regulatório para o setor de pagamentos no Brasil. Enquanto o BC busca proteger consumidores e reduzir riscos sistêmicos, as bandeiras defendem autonomia e livre mercado.
O desafio é encontrar um meio-termo que:
✔ Garanta segurança sem sufocar a inovação.
✔ Distribua riscos sem sobrecarregar nenhum player.
✔ Mantenha a competitividade do Brasil no mercado global de pagamentos.
“Regulação excessiva pode matar a inovação, mas a falta de regras pode levar ao caos. O Brasil conseguirá encontrar o equilíbrio?”
O que você acha da divisão de riscos entre bandeiras e emissores? Deixe seu comentário!
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