Em Mega Acordos, E.A.U. Ficou com os Chips, e Equipe de Trump Ficou Rica com Cripto – The New York Times

Em Mega Acordos, E.A.U. Ficou com os Chips, e Equipe de Trump Ficou Rica com Cripto – Análise do The New York Times

Introdução

Uma investigação recente do The New York Times revelou conexões intrigantes entre acordos bilaterais dos Estados Unidos com os Emirados Árabes Unidos (E.A.U.), o controle de tecnologia de semicondutores e o enriquecimento de ex-assessores de Donald Trump por meio de criptomoedas.

O relatório sugere que, enquanto os EUA negociavam acordos estratégicos com os E.A.U., o país do Golfo conseguiu acesso a tecnologias sensíveis de chips, ao mesmo tempo em que figuras próximas a Trump se beneficiaram financeiramente com investimentos em criptoativos.

Neste artigo, exploramos os detalhes dessa história, seus impactos geopolíticos e as implicações para a segurança nacional e a ética política.


1. Os Mega Acordos entre EUA e E.A.U.: O que estava em jogo?

Em 2020, os Emirados Árabes Unidos se tornaram o terceiro país árabe a normalizar relações com Israel, através dos Acordos de Abraham, mediados pela administração Trump. Esse movimento foi celebrado como um marco diplomático, mas por trás das cortinas, havia interesses econômicos e tecnológicos em jogo.

1.1. Os Acordos de Abraham e a Tecnologia de Semicondutores

Os E.A.U. buscaram não apenas uma aliança política, mas também acesso a tecnologias avançadas, especialmente no setor de semicondutores (chips), essenciais para inteligência artificial, computação quântica e sistemas militares.

  • Restrições dos EUA à China: Desde 2018, os EUA impuseram sanções à Huawei e outras empresas chinesas, limitando seu acesso a chips avançados.
  • E.A.U. como alternativa: Os Emirados, através de empresas como a G42 (ligada à família real), buscaram parcerias com empresas americanas para desenvolver sua própria capacidade de produção de chips.
  • Preocupações de segurança: Especialistas alertam que a transferência dessa tecnologia para os E.A.U. poderia, indiretamente, beneficiar a China, já que a G42 tem laços com empresas chinesas como a Huawei.

1.2. O Papel de Jared Kushner e Outros Assessores de Trump

Jared Kushner, genro e ex-assessor sênior de Trump, teve um papel central nas negociações dos Acordos de Abraham. Após deixar a Casa Branca, ele recebeu um investimento de US$ 2 bilhões de um fundo soberano dos E.A.U. para sua empresa de private equity, a Affinity Partners.

  • Conflito de interesses? Críticos questionam se Kushner usou sua influência política para beneficiar seus negócios futuros.
  • Outros ex-assessores envolvidos: Figuras como Thomas Barrack (ex-amigo de Trump condenado por lobby ilegal para os E.A.U.) e Steve Bannon também tiveram conexões financeiras com investidores do Golfo.

Acordos de Abraham - Trump, Netanyahu e líderes dos E.A.U.
Cerimônia de assinatura dos Acordos de Abraham em 2020. Fonte: Casa Branca.


2. E.A.U. Ficou com os Chips: Como o País do Golfo Ganhou Acesso à Tecnologia?

Uma das revelações mais preocupantes do relatório do NYT é como os E.A.U. conseguiram contornar restrições americanas para obter tecnologia de semicondutores.

2.1. Parcerias com Empresas Americanas

A G42, empresa de IA dos E.A.U., firmou acordos com gigantes como:

  • Nvidia (chips para IA)
  • AMD (processadores)
  • Cerebras Systems (supercomputadores)

Essas parcerias permitiram que os E.A.U. desenvolvessem sua própria capacidade de produção, reduzindo a dependência de fornecedores ocidentais.

2.2. Riscos de Transferência de Tecnologia para a China

  • A G42 tem laços com a Huawei, que está na lista negra dos EUA.
  • Empresas chinesas como a BGI Group (genética) também colaboram com os E.A.U., levantando preocupações sobre espionagem tecnológica.
  • O Pentágono já expressou preocupação com a possibilidade de a China obter acesso indireto a tecnologias sensíveis via E.A.U.

G42 e tecnologia de IA nos E.A.U.
Logotipo da G42, empresa de IA dos E.A.U. ligada a parcerias com empresas americanas e chinesas.


3. A Equipe de Trump Ficou Rica com Criptomoedas: Como Isso Aconteceu?

Enquanto os E.A.U. avançavam em tecnologia, ex-assessores de Trump lucraram milhões com criptomoedas, muitas vezes através de conexões com investidores do Golfo.

3.1. Jared Kushner e os Investimentos em Cripto

  • Após deixar a Casa Branca, Kushner lançou a Affinity Partners, que recebeu US$ 2 bilhões dos E.A.U. (via fundo soberano Mubadala).
  • Parte desse dinheiro foi investido em empresas de blockchain e criptomoedas, um setor em expansão nos E.A.U. (Dubai é um hub global para cripto).

3.2. Steve Bannon e o “Crypto War Room”

  • Steve Bannon, ex-estrategista de Trump, promoveu ativamente criptomoedas como alternativa ao sistema financeiro tradicional.
  • Ele esteve envolvido em projetos como o “War Room Pandemic”, que defendia o uso de Bitcoin e outras criptos para “libertar” a economia da influência governamental.
  • Bannon também teve ligações com investidores chineses e do Golfo, levantando suspeitas de financiamento estrangeiro em campanhas políticas.

3.3. Outros Nomeados: De Tom Barrack a Michael Flynn

  • Tom Barrack (ex-amigo de Trump) foi condenado por lobby ilegal para os E.A.U. e tinha interesses em cripto.
  • Michael Flynn (ex-conselheiro de segurança nacional) promoveu investimentos em blockchain após deixar o governo.

Jared Kushner e investimentos em cripto
Jared Kushner em evento do Milken Institute, onde discutiu investimentos em tecnologia e finanças. Fonte: Getty Images.


4. Implicações Geopolíticas e Éticas

4.1. Segurança Nacional em Risco?

  • A transferência de tecnologia de chips para os E.A.U. pode enfraquecer a vantagem tecnológica dos EUA frente à China.
  • Há riscos de que tecnologias militares (usadas em drones e IA) caiam em mãos erradas.

4.2. Conflito de Interesses e Corrupção

  • A rápida riqueza de ex-assessores de Trump levanta questões sobre uso de informações privilegiadas.
  • O caso de Kushner mostra como diplomacia pode ser usada para benefício pessoal.

4.3. O Futuro das Relações EUA-E.A.U.

  • O governo Biden tem revisado os acordos de tecnologia com os E.A.U., mas a influência do país do Golfo permanece forte.
  • A guerra comercial EUA-China pode levar a mais alianças questionáveis com nações como os E.A.U.

Mapa de influências: EUA, E.A.U. e China
Guerra tecnológica entre EUA e China, com os E.A.U. como possível intermediário. Fonte: Council on Foreign Relations.


5. Conclusão: Lições e Perguntas sem Resposta

A investigação do The New York Times expõe um ecossistema de poder, dinheiro e tecnologia onde:
Os E.A.U. conseguiram acesso a chips avançados, possivelmente beneficiando indiretamente a China.
Ex-assessores de Trump enriqueceram com criptomoedas, muitas vezes com dinheiro do Golfo.
A ética na política internacional está em xeque, com possíveis conflitos de interesse.

Perguntas que permanecem:

  • Até que ponto a administração Trump sabia dos riscos de transferência de tecnologia?
  • Como o governo Biden lidará com esses acordos agora?
  • Será que veremos mais escândalos de corrupção envolvendo cripto e diplomacia?

Uma coisa é certa: a interseção entre geopolítica, tecnologia e finanças nunca foi tão perigosa – e lucrativa.


Fontes e Leitura Recomendada


O que você acha desse caso? Deixe seu comentário abaixo!


Este artigo é uma análise jornalística baseada em reportagens do The New York Times e outras fontes confiáveis. As imagens são meramente ilustrativas.

Deixar uma resposta