Bancos globais e SWIFT trabalham em reforma baseada em blockchain – Reuters

Bancos Globais e SWIFT Trabalham em Reforma Baseada em Blockchain: O Futuro das Transações Internacionais

Introdução

O sistema financeiro global está passando por uma transformação significativa com a adoção de tecnologias inovadoras. Recentemente, a Reuters divulgou que bancos globais e a SWIFT (Society for Worldwide Interbank Financial Telecommunication) estão trabalhando em uma reforma baseada em blockchain para modernizar as transações internacionais.

Essa iniciativa promete reduzir custos, aumentar a velocidade das transferências e melhorar a transparência, desafiando os modelos tradicionais de pagamentos cross-border. Neste artigo, exploraremos como essa reforma pode impactar o setor financeiro, quais bancos estão envolvidos e quais são os benefícios e desafios dessa transição.


O Que é a SWIFT e Seu Papel no Sistema Financeiro Global?

Antes de entendermos a reforma, é importante conhecer o papel da SWIFT no ecossistema financeiro.

O Que Faz a SWIFT?

A SWIFT é uma rede de mensagens interbancárias que facilita a comunicação entre instituições financeiras em todo o mundo. Fundada em 1973, ela não movimenta dinheiro diretamente, mas envia instruções seguras para que os bancos realizem transferências internacionais.

Atualmente, a SWIFT processa mais de 40 milhões de mensagens por dia, conectando 11.000 instituições financeiras em mais de 200 países.

Problemas Atuais do Sistema SWIFT

Apesar de sua importância, o sistema SWIFT enfrenta alguns desafios:

Lentidão nas transações – Transferências internacionais podem levar de 1 a 5 dias para serem concluídas.
Altos custos – Taxas intermediárias (correspondent banking) encarecem as transações.
Falta de transparência – O rastreamento de pagamentos nem sempre é eficiente.
Dependência de intermediários – Bancos correspondentes aumentam a complexidade e os riscos.

Esses problemas têm levado bancos e fintechs a buscar alternativas, como criptomoedas, stablecoins e blockchain.


A Reforma Baseada em Blockchain: Como Funcionará?

A Reuters relatou que a SWIFT está testando uma nova infraestrutura baseada em blockchain em parceria com grandes bancos globais, como JPMorgan, HSBC, Wells Fargo e Bank of China.

Objetivos da Reforma

  1. Reduzir o tempo de liquidação – Transações que hoje levam dias poderão ser concluídas em minutos ou segundos.
  2. Diminuir custos – Eliminando intermediários desnecessários.
  3. Aumentar a transparência – Blockchain permite rastreamento em tempo real.
  4. Integrar diferentes redes – Conectar sistemas tradicionais com novas tecnologias (como CBDCs – Moedas Digitais de Bancos Centrais).

Como a Blockchain Será Implementada?

A SWIFT não está criando uma nova criptomoeda, mas sim uma camada de interoperabilidade que permitirá que bancos usem blockchain para:

🔹 Tokenização de ativos – Representar dinheiro tradicional em tokens digitais.
🔹 Smart contracts – Automatizar acordos entre bancos.
🔹 Liquidação em tempo real – Usando redes como Ethereum, Hyperledger ou R3 Corda.

Testes e Parcerias

  • JPMorgan já utiliza sua própria blockchain (Onyx) para transações internacionais.
  • HSBC e Wells Fargo estão testando soluções de pagamentos instantâneos com blockchain.
  • Banco Central Europeu (BCE) e Federal Reserve (Fed) estão explorando CBDCs que podem se integrar à nova infraestrutura.

Quais São os Benefícios dessa Reforma?

A adoção da blockchain pela SWIFT e pelos bancos globais pode trazer várias vantagens:

1. Transações Mais Rápidas

  • Atualmente, uma transferência internacional pode levar até 5 dias.
  • Com blockchain, o processo pode ser reduzido para segundos ou minutos, semelhante a transferências domésticas.

2. Redução de Custos

  • Taxas de correspondent banking podem chegar a US$ 50 ou mais por transação.
  • Blockchain elimina intermediários, reduzindo custos em até 80%.

3. Maior Transparência e Segurança

  • Cada transação é registrada em um livro-razão imutável, reduzindo fraudes.
  • Rastreamento em tempo real permite auditorias mais eficientes.

4. Integração com CBDCs e Stablecoins

  • Bancos centrais estão desenvolvendo moedas digitais (CBDCs).
  • A SWIFT poderá conectar essas moedas com o sistema tradicional, facilitando pagamentos globais.

5. Competitividade contra Criptomoedas

  • Com a ascensão de Bitcoin, Ethereum e stablecoins (USDT, USDC), os bancos precisam modernizar seus sistemas.
  • Uma SWIFT baseada em blockchain pode competir com soluções descentralizadas enquanto mantém a regulamentação tradicional.

Desafios e Riscos da Reforma

Apesar das vantagens, há obstáculos significativos:

1. Regulamentação e Compliance

  • Bancos devem seguir leis anti-lavagem de dinheiro (AML) e conheça seu cliente (KYC).
  • Blockchain pública (como Bitcoin) é pseudônima, enquanto a SWIFT precisa de identificação clara dos usuários.

2. Escalabilidade

  • Redes blockchain como Ethereum ainda enfrentam problemas de alta demanda e taxas elevadas.
  • A SWIFT precisará de uma solução escalável e eficiente para lidar com milhões de transações diárias.

3. Resistência dos Bancos Tradicionais

  • Alguns bancos podem relutar em adotar blockchain por medo de perder controle sobre o sistema financeiro.
  • A transição exigirá investimentos massivos em tecnologia e treinamento.

4. Competição com Outras Redes

  • Empresas como Ripple (XRP), Stellar (XLM) e Circle (USDC) já oferecem soluções de pagamentos internacionais baseadas em blockchain.
  • A SWIFT precisará provar que sua solução é superior às alternativas existentes.

Qual o Impacto para o Brasil e a América Latina?

O Brasil e a América Latina podem se beneficiar dessa reforma de várias maneiras:

1. Redução de Custos em Remessas

  • O Brasil é um dos maiores receptores de remessas do mundo (US$ 10 bilhões em 2023).
  • Com blockchain, as taxas de envio de dinheiro do exterior podem cair significativamente.

2. Integração com o Pix Internacional

  • O Banco Central do Brasil já estuda o Pix Internacional, que poderia se conectar à nova SWIFT.
  • Isso facilitaria pagamentos entre Brasil e outros países sem depender de bancos correspondentes.

3. Acesso a CBDCs e Stablecoins

  • O Real Digital (CBDC brasileira) está em desenvolvimento.
  • Uma SWIFT baseada em blockchain poderia integrar o Real Digital com outras moedas digitais, facilitando o comércio exterior.

4. Mais Competitividade para Bancos Brasileiros

  • Instituições como Itaú, Bradesco e Nubank poderiam oferecer serviços de pagamentos internacionais mais baratos e rápidos.
  • Isso beneficiaria empresas que importam/exportam e pessoas que recebem dinheiro do exterior.

Conclusão: O Futuro das Transações Internacionais

A reforma da SWIFT baseada em blockchain representa um marco na evolução do sistema financeiro global. Embora ainda esteja em fase de testes, a iniciativa tem o potencial de:

Tornar as transferências internacionais mais rápidas e baratas.
Aumentar a transparência e reduzir fraudes.
Integrar moedas digitais (CBDCs) com o sistema tradicional.
Manter a relevância dos bancos frente às criptomoedas.

No entanto, desafios regulatórios, técnicos e de adoção ainda precisam ser superados. Se bem-sucedida, essa reforma pode redefinir o modo como o dinheiro circula pelo mundo, beneficiando empresas, governos e consumidores.

Próximos Passos

  • 2024-2025: Testes avançados com bancos parceiros.
  • 2026+: Possível implementação em larga escala.
  • Integração com CBDCs e sistemas como o Pix Internacional.

O futuro das finanças globais está sendo escrito agora, e a blockchain será uma peça-chave nessa transformação.


Imagens Sugeridas para o Artigo

  1. Logotipos da SWIFT e bancos parceiros (JPMorgan, HSBC, etc.)
    (Fonte: Sites oficiais das empresas)

  2. Gráfico comparando tempo e custo de transações tradicionais vs. blockchain
    (Exemplo: Transferência SWIFT x Ripple x Stablecoins)

  3. Ilustração de como funciona a blockchain em pagamentos internacionais
    (Fonte: Shutterstock/Canva – busca por “blockchain cross-border payments”)

  4. Mapa mostrando o fluxo de remessas globais (com destaque para Brasil/América Latina)
    (Fonte: Banco Mundial ou dados do BCB)

  5. Imagem do Real Digital (CBDC brasileira) e sua possível integração com a SWIFT
    (Fonte: Banco Central do Brasil)


Fontes e Referências


O que você acha dessa reforma? A blockchain pode realmente revolucionar os pagamentos internacionais? Deixe seu comentário! 🚀

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