Banco central da China reafirma proibição de criptomoedas e alerta para riscos de stablecoins após reunião com múltiplas agências

Banco Central da China Reafirma Proibição de Criptomoedas e Alerta para Riscos de Stablecoins Após Reunião com Múltiplas Agências

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Introdução

O Banco Popular da China (PBoC), o banco central do país, voltou a reforçar sua posição contrária às criptomoedas, reafirmando a proibição total de transações com ativos digitais e alertando para os riscos associados às stablecoins, especialmente aquelas atreladas a moedas estrangeiras, como o Tether (USDT).

Em uma reunião conjunta com diversas agências reguladoras chinesas, incluindo a Comissão Reguladora de Bancos e Seguros da China (CBIRC), a Administração Estatal de Câmbio (SAFE) e o Ministério da Segurança Pública, o PBoC destacou a necessidade de manter a estabilidade financeira e combater atividades ilegais relacionadas a criptoativos.

Neste artigo, vamos analisar:
O que foi discutido na reunião do PBoC?
Por que a China mantém uma postura tão rígida contra criptomoedas?
Quais são os riscos das stablecoins segundo as autoridades chinesas?
Como isso afeta o mercado global de criptoativos?
O que esperar do futuro das criptomoedas na China?


1. O Que Foi Discutido na Reunião do Banco Central da China?

Em 15 de maio de 2024, o Banco Popular da China (PBoC) realizou uma reunião de alto nível com representantes de várias agências governamentais para discutir riscos financeiros e medidas de controle sobre criptomoedas e stablecoins.

Entre os principais pontos abordados, destacam-se:

🔴 Reafirmação da Proibição Total de Criptomoedas

O PBoC reiterou que todas as transações com criptomoedas são ilegais na China, incluindo:

  • Compra e venda de Bitcoin (BTC), Ethereum (ETH) e outros ativos digitais
  • Mineração de criptomoedas (proibida desde 2021)
  • Serviços de corretoras (exchanges) estrangeiras que operam no país
  • Financiamento via criptoativos (DeFi, ICOs, etc.)

A proibição foi inicialmente implementada em 2021, quando o governo chinês baniu todas as atividades relacionadas a criptomoedas, alegando preocupações com:
Lavagem de dinheiro
Especulação financeira
Riscos à estabilidade econômica
Fuga de capitais

⚠️ Alerta sobre Stablecoins, Especialmente o Tether (USDT)

Um dos pontos mais críticos da reunião foi o alerta sobre stablecoins, principalmente aquelas atreladas ao dólar americano, como o Tether (USDT) e o USD Coin (USDC).

Segundo o PBoC, essas moedas digitais representam riscos significativos, incluindo:
🔹 Evasão de controles cambiais – Chineses estariam usando stablecoins para transferir dinheiro para fora do país, burlando as restrições do yuan digital (e-CNY).
🔹 Riscos de liquidez – Se uma stablecoin perder sua paridade (como aconteceu com o TerraUSD (UST) em 2022), poderia causar pânico financeiro.
🔹 Financiamento de atividades ilegais – O USDT é frequentemente usado em esquemas de pirâmide, fraudes e lavagem de dinheiro.
🔹 Dependência de moedas estrangeiras – O uso excessivo de stablecoins dolarizadas poderia enfraquecer o controle do yuan no mercado global.

Gráfico: Uso de Stablecoins na China
Fonte: Chainalysis / Dados de 2023

🛡️ Medidas para Reforçar a Fiscalização

Para combater o uso ilegal de criptomoedas, o PBoC anunciou novas medidas, incluindo:
Aprimoramento da vigilância sobre transações suspeitas – Uso de blockchain forensics para rastrear movimentações.
Bloqueio de sites e apps de exchanges estrangeiras – Como Binance, OKX e Huobi, que ainda operam na China via VPNs.
Campanhas de conscientização – Alertando a população sobre os riscos de investir em criptoativos.
Cooperação internacional – Para combater lavagem de dinheiro via stablecoins.


2. Por Que a China Mantém uma Postura Tão Rígida Contra Criptomoedas?

A proibição das criptomoedas na China não é recente, mas se intensificou nos últimos anos. Entenda os principais motivos:

📉 Controle da Estabilidade Financeira

O governo chinês prioriza a estabilidade econômica e vê as criptomoedas como uma ameaça ao sistema financeiro tradicional. Alguns pontos-chave:

  • Volatilidade excessiva – O Bitcoin e outras criptos são altamente especulativos, o que pode gerar bolhas financeiras.
  • Concorrência com o yuan digital (e-CNY) – A China está promovendo sua moeda digital do banco central (CBDC), e as criptomoedas descentralizadas competem diretamente com ela.
  • Riscos sistêmicos – Uma crise em uma grande exchange (como a FTX em 2022) poderia afetar a confiança no sistema financeiro.

💰 Prevenção à Fuga de Capitais

A China impõe controles rigorosos sobre o fluxo de dinheiro para fora do país. As criptomoedas, especialmente as stablecoins dolarizadas, são usadas para:

  • Transferir dinheiro para contas no exterior (evitando impostos e restrições cambiais).
  • Investir em ativos estrangeiros (como imóveis nos EUA ou Europa).
  • Financiar atividades ilegais (tráfico, corrupção, etc.).

🚨 Combate à Lavagem de Dinheiro e Fraudes

O governo chinês associa criptomoedas a crimes financeiros, como:

  • Esquemas Ponzi (como o PlusToken, que roubou US$ 6 bilhões de investidores).
  • Ransomware e extorsão (hackers exigem pagamento em Bitcoin).
  • Tráfico de drogas e armas (transações anônimas facilitam atividades ilícitas).

🌍 Influência Geopolítica

A China não quer depender de tecnologias financeiras controladas por outros países (como o Bitcoin, criado por um desenvolvedor anônimo, ou o USDT, emitido por uma empresa dos EUA).

Ao proibir criptomoedas e promover o e-CNY, o governo chinês:
Fortalece o yuan no comércio internacional.
Reduz a influência do dólar nas transações globais.
Ganha mais controle sobre a economia digital.


3. Quais São os Riscos das Stablecoins Segundo as Autoridades Chinesas?

As stablecoins (moedas digitais atreladas a ativos estáveis, como o dólar) são vistas como uma ameaça ainda maior do que o Bitcoin pelo PBoC. Entenda por quê:

🔄 Evasão de Controles Cambiais

A China limita a quantidade de yuan que pode ser convertida em moedas estrangeiras (US$ 50.000 por pessoa/ano). No entanto, muitos chineses usam stablecoins como o USDT para:

  • Comprar dólares ou euros sem passar pelos controles do governo.
  • Investir em ativos no exterior (ações, imóveis, etc.).
  • Transferir dinheiro para familiares ou empresas fora da China.

Infográfico: Como as Stablecoins são usadas para fuga de capitais
Fonte: Reuters / Dados de 2023

💥 Riscos de Desvalorização (Como o Caso TerraUSD – UST)

Em maio de 2022, a stablecoin TerraUSD (UST) perdeu sua paridade com o dólar, desvalorizando mais de 90% e causando um prejuízo de US$ 40 bilhões para investidores.

O PBoC teme que algo semelhante aconteça com o USDT ou USDC, o que poderia:

  • Gerar pânico no mercado financeiro chinês.
  • Aumentar a desconfiança em moedas digitais.
  • Forçar o governo a intervir para evitar uma crise.

🕵️♂️ Uso em Atividades Ilícitas

O USDT é a stablecoin mais usada em esquemas criminosos, segundo relatórios da Chainalysis e Interpol. Alguns exemplos:

  • Lavagem de dinheiro – Criminosos convertem dinheiro sujo em USDT para ocultar a origem dos fundos.
  • Financiamento de terrorismo – Grupos extremistas usam stablecoins para receber doações.
  • Fraudes em investimentos – Esquemas como pump and dump e rug pulls são comuns em mercados de cripto.

🌐 Dependência do Dólar Americano

O PBoC não quer que a economia chinesa fique dependente de stablecoins dolarizadas, pois isso:

  • Enfraquece o yuan no comércio internacional.
  • Aumenta a influência dos EUA sobre o sistema financeiro global.
  • Torna a China vulnerável a sanções econômicas (como as impostas à Rússia).

4. Como Isso Afeta o Mercado Global de Criptoativos?

A postura rígida da China tem impactos significativos no mercado global de criptomoedas:

📉 Queda no Volume de Negociações

  • A China era um dos maiores mercados de Bitcoin antes da proibição.
  • Após 2021, o volume de negociações caiu drasticamente, afetando o preço do BTC.
  • Muitos mineradores chineses migraram para os EUA, Cazaquistão e Canadá.

🔄 Migração de Empresas e Investidores

  • Exchanges como Binance, Huobi e OKX deixaram a China e se estabeleceram em Singapura, Dubai e Hong Kong.
  • Investidores chineses passaram a usar VPNs e corretoras offshore para acessar criptomoedas.
  • Empresas de mineração (como a Bitmain) transferiram suas operações para outros países.

🌍 Pressão Regulatória em Outros Países

A proibição chinesa influenciou outros governos a adotarem medidas mais rígidas, como:

  • Índia – Impôs 30% de imposto sobre ganhos com cripto.
  • Rússia – Proibiu pagamentos com criptomoedas, mas permite negociação.
  • União Europeia – Aprovou o MiCA (Markets in Crypto-Assets), regulamentando stablecoins.

💡 Oportunidade para o Yuan Digital (e-CNY)

Enquanto proíbe criptomoedas, a China promove seu CBDC (e-CNY), que já está em teste em várias cidades, incluindo:

  • Pequim
  • Xangai
  • Shenzhen
  • Chengdu

O yuan digital é visto como uma alternativa controlada pelo governo às criptomoedas descentralizadas.


5. O Que Esperar do Futuro das Criptomoedas na China?

Apesar da proibição total, o mercado de criptomoedas ainda existe na China, mas de forma clandestina. Veja o que pode acontecer nos próximos anos:

⚠️ Fiscalização Ainda Mais Rigorosa

  • O governo chinês deve aumentar a vigilância sobre transações com stablecoins.
  • Novas leis podem ser implementadas para punir quem usar criptomoedas.
  • Bloqueio de mais exchanges e carteiras digitais.

🔄 Possível Flexibilização no Futuro?

Alguns analistas acreditam que a China pode rever sua posição se:
O yuan digital (e-CNY) se tornar dominante no mercado interno.
Outros países regulamentarem criptomoedas de forma mais clara.
A demanda por ativos digitais crescer entre empresas e investidores.

No entanto, por enquanto, a proibição deve continuar.

🌐 Impacto no Mercado Global

  • Menor liquidez para Bitcoin e outras criptomoedas.
  • Maior adoção de CBDCs (como o e-CNY) em detrimento das stablecoins privadas.
  • Pressão sobre exchanges para cumprir regulamentações locais.

Conclusão: A China Não Vai Mudar de Ideia Tão Cedo

O Banco Central da China (PBoC) deixou claro em sua última reunião: as criptomoedas não têm espaço no sistema financeiro chinês, e as stablecoins são uma ameaça à estabilidade econômica.

Enquanto outros países buscam regulamentar o mercado, a China mantém sua postura de proibição total, priorizando:
Controle financeiro
Estabilidade do yuan
Combate a crimes financeiros

Para investidores e entusiastas de cripto, isso significa que a China não será um mercado acessível nos próximos anos. No entanto, o yuan digital (e-CNY) pode se tornar uma alternativa global, competindo com o dólar e o euro no comércio internacional.

E você, o que acha da postura da China em relação às criptomoedas? Deixe sua opinião nos comentários!


📌 Fontes e Referências


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