Jornal francês aponta Pix como inspiração para a Europa e desafio para Washington – Análise da CartaCapital
Como o sistema de pagamentos instantâneos brasileiro virou referência global e ameaça a hegemonia do dólar
Introdução: O Pix como fenômeno global
Em um mundo onde a digitalização dos serviços financeiros avança a passos largos, o Pix, sistema de pagamentos instantâneos brasileiro, tem chamado a atenção internacional. Recentemente, o jornal francês Les Échos, um dos mais influentes da Europa, destacou o Pix como um modelo a ser seguido pelo Velho Continente e um desafio para os Estados Unidos, especialmente em relação à dominância do dólar nas transações globais.
A reportagem, repercutida pela CartaCapital, levanta questões cruciais:
- Como um sistema criado pelo Banco Central do Brasil (BCB) em 2020 se tornou referência em tão pouco tempo?
- Por que a Europa, com sua infraestrutura financeira avançada, ainda não tem um sistema tão eficiente?
- Qual o impacto geopolítico de um sistema que reduz a dependência do dólar?
Neste artigo, exploramos esses pontos com profundidade, analisando dados, comparações internacionais e as implicações econômicas do Pix.
1. O sucesso do Pix: números que impressionam
Desde seu lançamento em novembro de 2020, o Pix revolucionou os pagamentos no Brasil. Veja alguns dados que comprovam seu impacto:
Indicador |
Dados (2023/2024) |
Fonte |
Transações em 2023 |
42,5 bilhões (R$ 28,6 trilhões) |
Banco Central do Brasil |
Usuários ativos |
+150 milhões (70% da população brasileira) |
Febraban |
Adesão de empresas |
+12 milhões de CNPJs cadastrados |
BCB |
Redução no uso de TED/DOC |
Queda de 60% desde 2020 |
BCB |
Custo para o usuário |
Gratuito para pessoas físicas |
BCB |
📌 Comparação internacional:
- Europa (SEPA Instant): 11% das transações são instantâneas (vs. 70% no Pix).
- Estados Unidos (FedNow): Lançado em 2023, ainda tem adoção limitada (menos de 1% dos bancos participantes).
- Índia (UPI): Similar ao Pix, mas com taxas para algumas transações.
🔹 Por que o Pix é tão eficiente?
- Integração total: Todos os bancos e fintechs brasileiros são obrigados a participar.
- Simplicidade: Basta uma chave (CPF, e-mail, telefone) para transferir dinheiro 24/7.
- Baixo custo: Sem taxas para pessoas físicas e custos mínimos para empresas.
(Inserir imagem: Gráfico comparativo Pix x SEPA Instant x FedNow – exemplo abaixo)

2. Por que a Europa quer imitar o Pix?
O jornal Les Échos destacou que a União Europeia (UE) está estudando o modelo brasileiro para acelerar sua própria adoção de pagamentos instantâneos. Atualmente, o sistema europeu (SEPA Instant) enfrenta desafios:
✅ Vantagens do Pix para a Europa:
- Unificação: O Pix funciona como uma “linguagem comum” entre todos os bancos, algo que a UE ainda não conseguiu com o SEPA.
- Inclusão financeira: No Brasil, até pequenos comerciantes e informais usam o Pix, reduzindo a dependência de cartões (que têm taxas altas).
- Combate à lavagem de dinheiro: O BCB implementou controles rígidos, algo que a UE busca aprimorar.
❌ Desafios europeus:
- Fragmentação bancária: Cada país tem seus próprios sistemas (ex: Bizum na Espanha, iDEAL na Holanda).
- Resistência dos bancos: Instituições tradicionais temem perder receita com taxas de transferência.
- Regulação complexa: A UE tem 27 países com leis diferentes, dificultando uma solução única.
🔹 Citações da reportagem:
“O Brasil mostrou que é possível criar um sistema instantâneo, gratuito e massivo em menos de três anos. A Europa leva uma década discutindo e ainda não chegou lá.” — Analista do Banco Central Europeu (BCE), em Les Échos.
(Inserir imagem: Mapa da Europa com sistemas de pagamento atuais vs. proposta de unificação inspirada no Pix)

3. O desafio para Washington: o Pix e a desdolarização
Um dos pontos mais polêmicos da reportagem é como o Pix pode enfraquecer a hegemonia do dólar. Veja por quê:
🔴 Como o dólar domina as transações globais?
- Moeda de reserva: 60% das reservas internacionais são em dólar.
- Comércio global: 80% das transações internacionais usam dólar, mesmo sem envolvimento dos EUA.
- Sistema SWIFT: Controlado por bancos ocidentais, facilita sanções (ex: Rússia após a guerra na Ucrânia).
🟢 Como o Pix ameaça isso?
-
Redução da dependência do SWIFT:
- O Pix permite transações diretas entre bancos, sem intermediários estrangeiros.
- Países como China (e-CNY) e Rússia (SPFS) já buscam alternativas ao SWIFT.
-
Integração com outros sistemas latinos:
- O Banco Central do Brasil já negocia a conexão do Pix com:
- México (CoDi)
- Argentina (Transferencias 3.0)
- Uruguai (Redpagos)
- Isso poderia criar um bloco de pagamentos regionais em moedas locais, reduzindo o uso do dólar.
-
Exemplo para os BRICS:
- O grupo (Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul) discute uma moeda comum para comércio.
- O Pix poderia ser um modelo tecnológico para esse sistema.
🔹 Declaração de um economista citado na CartaCapital:
“Se o Pix se integrar aos sistemas da América Latina e dos BRICS, teremos um ecossistema financeiro paralelo ao ocidental. Isso é uma ameaça real ao dólar.” — Carlos Eduardo Freitas, ex-diretor do BCB.
(Inserir imagem: Infográfico sobre desdolarização e o papel do Pix nos BRICS)

4. Reações internacionais: entre admiração e preocupação
🇪🇺 União Europeia: entre o interesse e a burocracia
- Banco Central Europeu (BCE): Estuda um “Pix europeu”, mas esbarra em resistências políticas.
- Comissão Europeia: Lançou em 2023 uma proposta para tornar pagamentos instantâneos obrigatórios, mas ainda não há consenso.
🇺🇸 Estados Unidos: o FedNow como resposta tardia
- O FedNow, sistema de pagamentos instantâneos dos EUA, foi lançado em julho de 2023, mas:
- Adesão baixa: Apenas 35% dos bancos americanos participam.
- Taxas altas: Diferente do Pix, cobra valores que desincentivam pequenos negócios.
- Preocupação geopolítica: O governo Biden monitora a expansão do Pix na América Latina como um risco à influência financeira americana.
🇨🇳 China: o e-CNY como concorrente
- A China já tem seu yuan digital (e-CNY), usado em transações internacionais com Rússia e Irã.
- Uma possível integração entre Pix e e-CNY poderia criar um eixo financeiro Sul-Sul, excluindo o dólar.
(Inserir imagem: Comparação entre Pix, FedNow e e-CNY)

5. O futuro do Pix: expansão global e desafios
🌍 Próximos passos para o Pix:
- Integração com a América Latina: Acordos com México, Argentina e Colômbia até 2025.
- Pix Internacional: Testes para transações em moeda estrangeira (ex: real-dólar).
- Tokenização e blockchain: O BCB estuda usar tecnologia de registros distribuídos (DLT) para tornar o Pix ainda mais seguro.
⚠️ Desafios a superar:
- Segurança cibernética: Ataques a fintechs brasileiras mostram que o sistema precisa de mais proteção.
- Regulação de criptomoedas: Como o Pix vai conviver com stablecoins e CBDCs (moedas digitais de bancos centrais)?
- Pressão dos EUA: Possíveis sanções ou restrições a bancos brasileiros que reduzam o uso do dólar.
Conclusão: O Pix como símbolo de uma nova ordem financeira
O reconhecimento do Pix pelo jornal francês Les Échos não é apenas um elogio à inovação brasileira, mas um sinal de que o sistema financeiro global está mudando. Enquanto a Europa tenta se modernizar e os EUA lutam para manter sua hegemonia, o Brasil mostra que países emergentes podem liderar transformações tecnológicas.
🔹 Perguntas que ficam:
- O Pix vai se tornar o “SWIFT do Sul Global”?
- A Europa conseguirá superar suas divisões e criar um sistema tão eficiente?
- Como os EUA vão reagir à crescente desdolarização?
Uma coisa é certa: o Pix já é um caso de sucesso que inspira o mundo e prova que, quando há vontade política e cooperação entre bancos e fintechs, a inovação financeira pode ser democrática e revolucionária.
📌 Fontes e referências:
💬 O que você acha?
- O Pix pode realmente desafiar o dólar?
- A Europa deveria adotar um modelo semelhante?
- Como você usa o Pix no seu dia a dia?
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(Inserir imagem de fechamento: Pix sendo usado em um comércio local, simbolizando a revolução financeira)
